Skip to Content

ANQEP e a Formação em Massagem: Entre o Referencial e a Falta de Regulamentação

Tudo o Que Precisas Saber Para Seres Um Massagista Profissional em Portugal
July 16, 2025 by
ANQEP e a Formação em Massagem: Entre o Referencial e a Falta de Regulamentação
Carlitos
Portugal conta com a Agência Nacional para a Qualificação e o Ensino Profissional (ANQEP), cuja missão é organizar o sistema nacional de qualificações. Em teoria, esta entidade define os referenciais de formação que as escolas e centros profissionais devem seguir para garantir a formação de profissionais competentes. Só que, quando falamos de massagem, a realidade é bem mais complicada e menos protegida do que seria desejável.

O grande “mas”

A massagem em Portugal não tem regulamentação específica. A ANQEP limita-se a oferecer um referencial básico — o Referencial de Técnico/a de Massagem de Estética e Bem-Estar — que serve mais como um “mínimo exigível” do que uma garantia real de qualidade. Isto significa que, apesar de existir uma base para a formação, não há uma estrutura rigorosa ou uma fiscalização eficaz para garantir que essa base é bem cumprida.

Porque é que isto importa?

Num mercado onde o público assume que um certificado equivale a qualidade, esta ausência de regulação sólida abre a porta a um problema grave: cursos que ensinam o básico, éticas duvidosas, e práticas inseguras. Sem regras firmes, o profissional sério fica a competir com um mar de “pseudo-massagistas” e quem procura um serviço de qualidade acaba a pagar o preço — seja pela formação mal feita ou pelo serviço pouco profissional.

O papel da ANQEP no sistema nacional de qualificações

A ANQEP cria os referenciais que devem orientar as formações profissionais. No caso da massagem, o referencial disponível aborda apenas o básico: noções elementares de anatomia, algumas técnicas de massagem, regras de segurança e higiene, e uma pitada de ética. É um ponto de partida, mas é só isso.

O que está no Referencial de Técnico/a de Massagem de Estética e Bem-Estar?

Este documento define competências mínimas: domínio técnico básico, comunicação com o cliente, gestão de riscos e manutenção de padrões éticos. Teoricamente, isto deveria garantir uma base sólida. Na prática, é apenas um guia orientador, sem força reguladora ou fiscalização.

O impacto no profissional e no mercado

Para quem quer ser massagista, ter a certificação ANQEP não é garantia de competência. É fundamental ir além: escolher formações sérias, procurar cursos com boa reputação, investir na prática supervisionada e atualizar-se constantemente. Sem isso, corre-se o risco de cair num mercado saturado por profissionais que só têm o básico — ou menos.

Por que é importante para ti, profissional?

Se queres investir numa carreira séria e duradoura, entender o que o sistema ANQEP oferece é essencial para tomar decisões informadas. Não basta mostrar um certificado; é preciso avaliar a qualidade do conteúdo, a reputação da escola e o peso da prática.

Dica

Não te iludas com a certificação ANQEP como prova absoluta de qualidade. Se queres ser respeitado, procura formações sérias, investe em atualização e mantém um padrão próprio. Num mercado cheio de amadorismo, ser exigente é a tua melhor vantagem competitiva.

Archive
Formação de Massagistas no Futebol Português: Exigências Baixas e um Padrão Questionável
Tudo o Que Precisas Saber Para Seres Um Massagista Profissional em Portugal